"A escola deve ser, antes de tudo, inclusiva e plural" : uma abordagem etnográfica das práticas e políticas em inclusão escolar de pessoas com deficiência no contexto do ensino público regular

A pesquisa aqui desenvolvida tem por tema a Educação Inclusiva e a Inclusão Escolar de pessoas com deficiência e/ou classificadas dentro do escopo das Necessidades Educacionais Especiais/Específicas (NEE’s) no contexto da Educação Básica, mais especificamente no Ensino Público regular. O objetivo do trabalho é compreender os sentidos e desdobramentos do conceito de Inclusão na escola, através da análise sobre a materialização das diretrizes legais que definem a inclusão escolar: desde as políticas até as práticas visualizadas em campo. Para tal, além de uma revisão da legislação correspondente, foi realizada uma etnografia dos processos de inclusão escolar na Escola Municipal de Ensino Médio Emílio Meyer, escola regular da rede municipal de Porto Alegre que conta com a oferta de Ensino Médio. Foram analisados os serviços de apoio à inclusão mobilizados pela escola, quais sejam: 1) Atendimento Educacional Especializado (AEE); 2) Sala de Inclusão e Recursos (SIR); 3) Programa de Apoio à Inclusão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e 4) Projeto Piloto de Inclusão, idealizado e desenvolvido pelo Serviço de Orientação Educacional (SOE) em parceria com a SIR. As reflexões advindas desta análise foram percorridas de modo sequencial, a partir de três eixos temáticos: iniciando pelas Políticas de Inclusão que compõem o discurso oficial e a estrutura normativa pertinente, passando pelos desdobramentos práticos e pela reflexão acerca dos efeitos sociais dessas políticas, até sua culminância na compreensão de alguns dos sentidos associados ao conceito de inclusão no contexto da escolarização formal. Além da etnografia, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com docentes, profissionais do AEE, estagiários de apoio e responsáveis pelo Projeto Piloto. Ao final, conclui-se que a institucionalização de ferramentas direcionadas às práticas inclusivas na escola afetam em diversos níveis os discursos, sociabilidades e concepções a respeito destas práticas por parte de toda a comunidade escolar. Assim, a presença destes estudantes na escola regular e o aparato em termos de recursos e narrativas associadas ao conceito de inclusão, demanda que se tenha um olhar crítico a respeito destes processos e destas políticas. Possibilita ainda mobilizar a partir do conceito de Inclusão e suas implicações, uma gama mais ampla de saberes, de práticas e de entendimentos acerca dos processos educativos em suas diversas formas, finalidades e formulações.La investigación que aquí se desarrolla tiene como tema Educación Inclusiva e Inclusión Escolar de personas con discapacidad o clasificadas dentro del ámbito de las Necesidades Educativas Especiales/Específicas (NEE) en el contexto de la Educación Básica, más específicamente en la Educación Pública Regular. El objetivo del trabajo es comprender los significados y desarrollos del concepto de Inclusión en la escuela, a través del análisis de la materialización de los lineamientos legales que definen la inclusión escolar: desde las políticas hasta las prácticas visualizadas en el campo. Para este fin, además de la revisión de la legislación correspondiente, se realizó una etnografía de los procesos de inclusión escolar en el Escuela Secundaria Emílio Meyer, una escuela regular de la red municipal de Porto Alegre que cuenta con la oferta de escuela secundaria. Se analizaron los servicios de apoyo a la inclusión movilizados por la escuela, a saber: 1) Asistencia Educativa Especializada (AEE); 2) Sala de Inclusión y Recursos (SIR); 3) Programa de Apoyo a la Inclusión de la PMPA y 4) Proyecto Piloto de Inclusión, concebido y desarrollado por Servicio de Orientación Educativa (SOE) en colaboración con SIR. Las reflexiones resultantes de este análisis se abordaron de manera secuencial, a partir de tres ejes temáticos: desde las Políticas de Inclusión que conforman el discurso oficial y la estructura normativa pertinente, pasando por los desarrollos prácticos y la reflexión sobre los efectos sociales de estas políticas, hasta su culminación en la comprensión de algunos de los significados asociados al concepto de inclusión en el contexto de la escolarización formal. Además de la etnografía, se realizaron entrevistas semiestructuradas con profesores, profesionales de AEE, pasantes de apoyo y responsables del Proyecto Piloto. Al final, se concluyó que la institucionalización de herramientas orientadas a prácticas inclusivas en la escuela afecta en varios niveles los discursos, sociabilidades y concepciones por parte de toda la comunidad escolar. Por lo tanto, la presencia de estos estudiantes en la escuela convencional y en el aparato en términos de recursos y narrativas asociadas con el concepto de inclusión exige una mirada crítica a estos procesos y políticas. Posibilitando la movilización, desde el concepto de Inclusión y sus implicaciones, de una gama más amplia de conocimientos, prácticas y entendimientos sobre los procesos educativos en sus diversas formas, propósitos y formulaciones